Elvira Pagã whose real name was Elvira Olivieri Cozzolino was born on 6 September 1920, in Itararé-SP and formed a successful singing duo with her older sister Rosina (born on 10 July 1919). They changed their name to Irmãs Pagãs, literally Heathen Sisters, when they shared the stage with an all-male vocal group called Anjos do Inferno (Hell's Angels) and a journalist thought they should change their name to something more 'devilish' than simply Cozzolino Sisters.
They made a lot of 78 rpm records that played on Brazilian radio in the 1930s. They also toured Argentina, France and other countries before they went their separate ways circa 1940. Rosina moved to the U.S.A. where Carmen Miranda was having a ball - and lived the rest of her long life in California. Rosina was 94 years old when she died in Los Angeles on 3 February 2014.
After the sisters broke up their act, Elvira turned into a show-girl competing with Luz del Fuego, another popular Brazilian show-girl who used snakes as part of her stage show. As the years went by Elvira became more queer by the day. She dabbled in the occult and politics and got used to uttering bombastic statements to the press in order to get noticed.
Now in 1957, Elvira was 37 years old and decided to have a crack at Elvis Presley - who had become one of the most famous persons in the world overnight. Elvira may have thought Elvis had something in common with her... their names were so similiar... Elvi...ra and Elvi...s. The fact is Elvira told journalists Elvis Presley was fake... Elvis copied her in every swinging movement he did. In other words: Elvis Presley copied Elvira Pagã.
'Revista da Semana' journalist Jeanette Adib - who later would start 'Revista do Rock' - visited Elvira Pagã in her flat in Rio de Janeiro and took notes of Elvira's latest ravings. Note that the illustrated magazine made a point of inserting a disclaimer saying: We do not sanction any word spoken by Miss Pagã. She's simply given an interview to one of our reporters which has journalistic interest. We publish it to show how someone can become so delirious in the search for publicity.
Irei aos Estados Unidos desbancá-lo. Dançarei o rock'n'samba de bikini. Provarei que o rock'n'roll é brasileiro.
Através do legítimo rock - o rock'n'samba - Elvira Pagã acaba de declarar 'guerra' a Elvis Presley, taxando-o de seu imitador. A conhecida vedeta está arrumando as malas e seguirá rumo à Las Vegas, com finalidade de provar (de bikini), que nós somos os reis do ritmo.
Referindo-se ao gingador americano, Elvira diz furiosa:
- Ora, ele imitou-me até no nome. Reparem: Elvis...ra Presley, cujas iniciais são as mesmas que as minhas - E.P. Eu fui a criadora dessa moda de cantar contorcendo o corpo - o que, aliás, é a minha personalidade. Naturalmente, por intermédio de 'shorts' filmados por mim em Hollywood, para a TV, há quatro anos (1953), Elvis teve a ideia de aplicar o meu estilo em ritmo de boogie-woogie, com a diferença do sexo e do violão.
Elvira assume um ar de superioridade e revela à reporter seu propósito de desbancar o artista americano, frisando 'que o publico apreciará muito mais o rock visto pelo seu bikini reduzido do que pelas calças compridas de Presley. E acentua, 'os americanos ficarão abismados quando eu balançar o 'rock'n'samba'. Uma coisa eu garanto: a policia americana não funcionará, porque estou vendo que eles gostam é disso mesmo'!
Com um contrato nas mãos, ela vai mostrando que, de início, se exibirá em El Parque Coney Island de Caracas (o maior centro de diversão da America do Sul), indo em seguida para Cuba, onde gingará no El Tropican. Depois vem Miami, rumo à Las Vegas - ponto em que Elvira vai 'botar p'ra jambrar' o rock'n'samba com grande classe.
Enquanto faz algumas exibições da pulverizada dança para a objetiva do fotógrafo, a sensual vedeta explica-nos que fará a referida tournée com absoluta garantia monetária. Na Venezuela ganhará 2.000 dólares semanais, em Cuba, 3000, e em Miami 5.000, com opção até 25.000 - em caso de estrondoso sucesso.
A requebrante artista brasileira estusiasma-se, antevendo a impressão alucinante que causará nos Estados Unidos.
- Como o fraco deles é essa dança, está p'ra mim. Para início de conversa desembarcarei na America do Norte de bikini!
- E não receia ser presa? interpelamos.
- Pois é precisamente isso que eu quero. Será uma estupenda publicidade para o meu trabalho. Uma
espécie de ‘avant première’. Depois da prisão (que será o show inicial), é que
a coisa esquentará. Todos disputarão uma entrada para os meus espetáculos.
Então, eu mostrarei por a + b, que o rock’n’roll é brasileiro. Aposto que não
ficará uma cadeira no lugar, depois da minha exibição. Se com o Elvis eles
sobem pelas paredes, comigo subirão pelos telhados. A batucada passa p’ra trás
qualquer rock. Por isso, é que eu exibirei o fantástico rock’n’samba.
- É sua intenção implantar o existencialismo nos EEUU?
- Eu pretendo implantar o bikini, isto sim. Para tanto, nos
meus contratos, especifiquei como condição essencial, as minhas apresentações
de bikini. Sem bikini, nada feito!
Acende um cigarro e prossegue:
- A propósito deste assunto, deu-se um fato desagradável
quando fui à Nice, contratada com uma diária de 8.000 cruzeiros. No cassino
local, exigiram que eu vestisse toilette completa. Contrariada, dei uma audição
como convidada de Monte Carlo. No dia seguinte, virei-me para o dono daquela
casa de diversão, e, apontando para a praia defronte, bradei em alta voz: ‘Como
é que uma mulher sem soutien banha-se em público sem escandalizar ninguém, e
eu, como artista não posso me expor de bikini diante de uma platéia francesa
cuja preferência é exatamente o nu’. Ele redargüiu que temia a depredação do
seu cassino pelos expectadores exaltados após o meu número, que taxou de
picante... Eu queria mesmo confusão, com a intervenção da policia, pois levei
500.000 cruzeiros para gastar, em caso de processo!
O telefone toca. Elvira levanta-se para atendê-lo, resmunga
qualquer coisa entre os dentes, e volta com suas explicações.
- Nos EEUU será diferente. Irei munida de um mandado-de-segurança,
esclarecendo que eu sou brasileira e que meu estilo é esse. Assim é a minha
personalidade, e não a mudarei por coisa alguma. Não temo a policia americana,
porquanto o Elvis Presley é muito mais indecente do que eu, e nunca foi preso!
- Se as coisas ocorrerem conforme você espera, fixará residência
nos States?
- É bem provável... Depois do Brasil, o país de que mais
gosto é a America do Norte. Prefiro a California à New York, por ser mais
quente, o que facilita o uso da minha pouca-roupa.
Dando ‘au revoir’ à nossa reportagem, Elvira Pagã conclui:
- Estejam certos de que provarei lá fora, que o rock’n’roll
é brasileiro (no que concerne a dança), e acaba de ser batizado de ‘rock’n’samba.
Provarei também, que Elvis Presley copiou-me em tudo, até no nome!!!
Miss Pagã asserts Elvis Presly copied every bit of her stage persona. We wonder whatever happened to Elvis's brassiere...
7 August 1951 - by the early 1950s Elvira Pagã wasn't the top-billing anymore - in this case she was in a supporting role to Luz del Fuego in 'É rei, sim!' (Yes, it is a King) a pun to Ataulpho Alves' hit 'Errei sim' taken to the top of the charts by Dalva de Oliveira.