Wednesday 23 May 2012

Celia Vilela's discography

Celia Villela has never been much of a singer. She sang all right but her main talent was her natural flair to express herself on the stage; either at a radio auditorium in the beginning of her career, on the burlesque theatre where she performed since she was 16 years old or later on TV where she compered youth-oriented shows. She always had a fairly big following, especially in Rio de Janeiro where she lived most of her adult life.

Celia Villela went to the USA with impresario Carlos Machado's dance troupe to perform as a chorus-girl in Las Vegas and Puerto Rico when she was 18 years old. She was there when Elvis Presley became a sensation in early 1956, so she knew there was value in 'rock'n'roll' that she might make use of it some day when she returned to Brazil.

It took Celia some time to realize her dreams of becoming involved with rock and it happened all of a sudden around 1959, when Celly Campello was already the Queen of Brazilian Rock. Celia was being interviewed by DJ Abelardo Barbosa aka Chacrinha on a radio station. Chacrinha would attack rock as foreign tentacles sucking on our Brazilian way of life and Celia would argue the opposite, saying that rock'n'roll was all right and the kids loved it. As Celia's argument were really passionate and very well articulated some director at  Radio Globo thought Celia would be a good rock'n'roll DJ and soon she got her own radio show.

From radio Celia went on to TV to compere a show of her own on TV Continental and was soon invited to record an album at São Paulo's RGE called '...E viva a juventude' (Long live youth) from which there was a cover of Sedaka's 'One-way ticket to the blues' called 'Trem do amor' in Portuguese which had a fairly amount of radio play.

Celia met Neil Sedaka in Rio de Janeiro when he visited Brazil in November 1959. Some say they had a fling, others say Sedaka had a fling with young singer Sergio Murilo instead. Anyway, Sedaka invited Celia to visit him in New York and that's what Villela did when she was there in early 1960.

Celia was a multi-media star. She compered radio e TV shows, she wrote columns for magazines 'Cinelândia' and 'Filmelândia' and was a song-writer as well. She was friends with Revista do Rock's Jeanette Adib and had a good network of friends and fellow DJs throughout Brazil.

But deep inside, Celia knew she wanted to get married and have children. She was lucky to meet Carlos Becker the leader guitarrist of rock-band The Angels who had recorded two albums for Copacabana. Carlos was a good musician but also worked as a bank clerk. They decided to get married in 1965. Celia gave her last interview for Revista do Radio and just like Greta Garbo retired to a very well protected private life - never to be seen again.

In 1964, a few months before Celia Villela and Carlos Beck tied the knot, they recorded an album for Rio de Janeiro's Musidisc called 'F-15 Espacial'. That's an interesting recording mainly because Celia seems to be happy with her future husband sharing writing credits and all. Instrumentally it is a much better album than her first LP at RGE. Carlos even tried to teach Celia how to play the guitar. We don't know if Celia actually played guitar in those sessions... probably not because she had the best rock musicians possible to accompany her.

'Correio da Manhã' 1st July 1960 prints Celia Vilela's cover of Neil Sedaka's 'One way ticket to the blues' translated by Fred Jorge as 'Trem do amor'; see the note saying Roberto Carlos has been signed by Columbia Records.


Celia Vilela no programa 'Gurilândia' da Radio Guarani de Belo Horizonte - 1953 


Célia Vilela  iniciou sua carreira no programa de auditório "Gurilândia", da Rádio Guarani de Belo Horizonte-MG,que era muita das vezes animado pelo compositor Rômulo Paes. Tenho um caderno que pertenceu ao pianista Adolfo Maclerevsky (1916-1994), da Rádio Guarani. Ele foi diretor musical das emissoras dos  Diários Associados, que incluía a TV Itacolomi, portanto o caderno traz o repertório da Rádio Guarani em 1953. O pianista era tão caprichoso que anotava até o endereço dos artistas. Célia naquele tempo morava à Rua Caxambú, 63, no Bairro Lagoinha de Belo Horizonte.

O repertório de Célia Vilela era o seguinte:

'Ana', baião, possivelmente tema do filme do mesmo nome com Silvana Mangano; 'Ai ai Portugal','Ajuda teu irmão','Adeus morena', 'Baião vai, baião vem', 'Baião gostoso', 'Baião de dois', 'Baião das palmas', 'Bambú', 'Baião do ôio grande', 'Cuco', 'Chô Inhambú', 'Chuva miudinha', 'Cabeça inchada', 'Chegou o baião', 'Cheirando bem', 'Copacabana', 'Coco taratatá', 'Cambinda brilhante', 'Esta noite serenou', 'Eh!Boi', 'Eu vou também', 'Eh! baião', 'Lenda do Paraná', 'Mulher rendeira', 'Maria Fulô', 'Manjerição rajadinho', 'Macapá', 'Marrequinha', 'Meu pião', 'Maria Joana', 'Não vou p'ra lá', 'O trem de ferro', 'O balanceio tem assucar', 'Olha o tarado', 'Oh!!!', 'Pau de arara', 'Pinheiral', 'Pé de manacá', 'Paraíba', 'Pirimlim', 'Porto Rico', 'Quelemente', 'Que nem giló', 'Roseira despeitada', 'Sei que ele chora', 'Sá Pituca', 'Baião do papai', 'Sem ele', 'Segura com grito', 'Tamangueiro', 'Tome polka', 'Vôo do mangambá', 'Zé, vou te esquecer' e 'Sai da pista'.

agradecimentos à colaboração de Marcos Lima
mlmlmarcoslima@gmail.com.


Celia Villela's discography

Singles: 78 rpm



Todamérica 5636 - Agosto 1956 
A - O resto eu faço [Wilson Baptista-Antonio Nássara]
B - Hermengarda [Alberto Ribeiro]

Todamérica 5715 - Setembro 1957
A - Menosprezado [Paulo Aguiar]
B- Félix Fidélis [Radamés Gnattali-Alberto Ribeiro]
 
Santa Anita 1013 -  Minas Gerais / Noivado do Paulinho

Santa Anita 1027 - Baile dos casados / Tó com o Diabo no corpo
 
RGE 10.215 - 1960 - Conversa ao telefone (Pillow talk) / Trem do amor (One way ticket to the blues)

RGE 10.241 - 1960 - Sempre houve amor (With the bug) / Passo a passo (Step by step)

RGE 70.018 - 1961 - Valentino, Valentino / Streap-tease rock




RCA 80.2444 - 1962 - A fã e o namorado (Carlos Morais-Luiz Vassalo) / Se tu me telefonas (G.Garvarentz-C.Nicolas-Miguel Gustavo) - lançado em março 1962.

A fã e o namorado 

Eu sou fã do Elvis Presley, 
por Neil Sedaka sinto atração
e Paul Anka tão admirado 
mora no meu coração

Elvis, Anka e Sedaka, 
olhe que a fã tem namorado
e o meu está ficando 
cada dia mais enciumado 

Elvis, Anka e Sedaka, 
trio que é tão admirado
hoje já não há mais ciúme
já expliquei tudo ao namorado. 

(Carlos Morais-Luiz Vassalo)

Extended-plays:


Rock Célia - Conversa ao telefone - RGE

1. Conversa ao telefone (Pillow talk) (Pepper-James; v.: Fred Jorge)
2. Trem do amor (One way ticket) (Hunter-Keller; v.: Fred Jorge)

1. Sempre houve amor (With the bug) (Roy Orbison; v.: Fred Jorge)
2. Passo a passo (Step by step) (O. Jones B. D. Smith; v.: Fred Jorge)
A Rainha da TV - Musidisc LPM 12.022 - 1964 

1. Dançando o hully-gully (Celia Vilela-Carlos Becker)
2. Acho que me apaixonei (Roberto Carlos-Edson Ribeiro)

1. Saudade da saudade (José Messias) 
2. Viu, foi pior (Orlann Divo-Roberto Jorge)

'Trem do amor' a cover of Neil Sedaka's 'One way ticket to the blues' was perhaps Vilela's greatest hit. Both hers and Sergio Murilo's recordings played well on the radio. It was so popular there was a indecent parody of the it that went a bit like: uh uh uh, meu amor me mandou tomar no cú... 

Albums

Villela's first album for São Paulo's RGE - 1961.

... E Viva a Juventude 1961 (RGE XRLP 5117) 

1. Valentino, Valentino (Kay Millet; v.: Fred Jorge)
2. Trem do amor (One-way ticket to the blues) (H.Hunter-J.Keller; v.: Fred Jorge)
3. Strip-tease rock (Maugeri Neto-Maugeri Sobrinho)
4. Quando o amor vem (In-between teen) (Ruth Eby-Jane Douglas White; v.: F.Jorge)
5. Passo a passo (Step by step) (Ollie Jones-Billy Dawn Smith; v.: Fred Jorge)
6. Parabéns (Congratulations) (Keller-Goffin; v.: Fred Jorge)

1. Perdi a chave (I can't find my keys) (Wally Gold-Roy Alsred; v.: Fred Jorge)
2. Fish walk (J.Carlo; v.: Fred Jorge)
3. Diga-me (Tell me) (Mort Garson-Earl Shuman; v.: Fred Jorge)
4. Conversa ao telefone (Pillow talk) (Pepper-James; v.: Fred Jorge)
5. És meu amor (My love for you) (Syd Wayne-Abner Silver; v.: Teixeira Filho)
6. Sempre houve amor (With the bug) (Orbison; v.: Fred Jorge) 

Celia Vilela e conjunto RGE; supervisão musical do maestro Ruben Perez (Pocho). 

Célia Villela's autograph 1961. She spelt her last name with double L and accented the é in Célia.

Liner notes on '... E viva a Juventude' 

1,64 de altura, 50 kg de pêso e 23 anos de idade (ah! esquecíamos, solteira!). Assim é Celia Villela, a estrelinha mineira que Discos RGE projetam definitivamente no campo da musica popular internacional.

Simpática até não ser mais possível, aliou aos seus encantos naturais uma voz de coloração das mais raras, já ajuizada quando Celia não passava de uma garotinha. Realmente, quando em 1941 enfrentou pela 1a. vez um microfone de estação de radio (com 5 anos de idade!) no tradicional programa infantil da Radio Mineira - Celia Villela já deixava antever uma artista consumada. 

Desembaraçada, afinada e de incisiva personalidade, estava fadada a grandes êxitos. Começando sua carreira profissional na Radio Guarany, passou depois pelas Associadas de Minas, Radio Inconfidência, Radio e TV Tupi do Rio de Janeiro e atualmente faz parte do fabuloso elenco da TV Continental. Já excursionou por vários países, obtendo incomum êxito em cidades como New York, San Juan de Puerto Rico, Caracas, Montevideo e Curaçao.

Eis chegada a grande oportunidade para que o discófilo brasileiro trave contacto com a arte de Celia Villela. Neste LP da RGE, a simpatica artista mineira apresenta modernos motivos importados dos Estados Unidos que conheceram adaptações excelentes de Fred Jorge

Graças à contagiante juventude que Celia irradia de sua arte privilegiada é que êste microgravado ganhou o apropriado título de '... E viva a Juventude'. 


P.S.: na contra-capa do LP, o autor do texto, errôneamente, cita 'O amor é bom' (Lonely, lonely lips) como uma das músicas gravadas por Celia Villela. No entando, tal título não se encontra entre as 12 faixas do microssulco.  

F - 15 Espacial - 1964 (Musidisc ST 2099) (com The Angels)

1. Caidinha por você (Fallin') (Neil Sedaka-Howard Greenfield; v.: Célia Villela)
2. Desculpa (Célia Villela-Carlos Becker)
3. I could have danced all night (A. J. Lerner - F. Loewe) (from 'My Fair Lady')
4. Lição de violão (Célia Villela-Carlos Becker)
5. O dia que não vem (Erasmo Carlos)
6. Dançando o hully gully (Célia Villela-Carlos Becker)

1. Pegando jacaré (Carlos Becker)
2. Perfídia (Alberto Dominguez)
3. F-15 Espacial (Célia Villela-Carlos Becker)
4. Alguém da vida da gente (Erasmo Carlos)
5. Assim é o meu amor (Célia Villela-Carlos Becker)
6. Acho que me apaixonei (Roberto Carlos-Edson Ribeiro)


Celia Villela's second album liner notes:

Célia da Conceição Villela ou, simplesmente, Célia Villela, mineirinha de Belo Horizonte, nasceu talhada para brilhar e vencer. Ao contrário da outra Conceição - a que 'se subiu, ninguém sabe, ninguém viu'  - esta que aqui temos, cresceu sempre; desde a pirralha de 4 anos estreando em um microfone da capital mineira, até a aplaudida e premiada Célia Villea, detentora de uma série de títulos no radio e TV, ostentando ainda, na plena vigência de um merecido reinado, a corôa de Rainha da TV, conquistada em concurso da Revista do Radio. 

Considerada na época - entre os 10 e os 14 anos - o maior cartaz de Minas, a então adolescente Célia estava a merecer um cenário mais amplo. E assim foi que, concluído o ginásio, a Tupi carioca não hesitou em contratá-la. A êsse primeiro contrato seguiu-se uma carreira meteórica de sucessos e exibições no Uruguay, Venezuela, Porto Rico, República Dominicana, Cuaraçao, Cuba e, naturalmente, Estados Unidos, que Célia visitou 3 vêzes.

Foi na 1a. de suas 3 estadas na terra ianque que, Célia Vilela assistiu a um show de Elvis Presley, sentindo-se desde logo atraída por aquele estilo e rítmo. Voltou ao Brasil proclamando a sua integral adesão ao rock. Através de suas esplêndidas reportagens para Radiolândia e de sua muito lida coluna em Cinelândia, Célia defendeu e enalteceu outros artistas.

Entre os quantos discos que Célia já nos deu, é F-15 Espacial, em plena era dos satélites e dos astronautas, nada mais sugestivo do um título assim para esse primeiro LP para a Musidisc, que é, na verdade, um fabuloso disco-voador, trazendo em seu bojo tôda a irresistível magia dos rítmos moderno que a mocidade de agora canta e dança entusiàsticamente. 

Sebastião Fonseca.

4 comments:

  1. Ola, muito bom ter informaçoes. que e que se faz para adquirir alguns discos, 1 ou 2 que interessam mais da fase-rock?
    valeu.
    bjs.

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  2. Olá ZéJosé! Os discos de Celia Vilela tem preços altíssimos... mas é possivel encontra-los em feiras de vinis em São Paulo e Rio de Janeiro... os preços estão lá na estratosfera...

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  3. I think Celia was a great singer. And I'm glad to have found this article on her, because I couldn't anything anywhere for years, until now. Thanks.

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    1. Hi, Dolmance... I'm glad you like Celia Vilela. Since I was a kid I liked Celia's image even though I lived in São Paulo where Celia came very seldom; only to record her few discs for independent label RGE or to take part on a TV show. Even though Celia didn't have a tremendous voice she sang all right. It's a pity her repertoire was not the best. Maybe if she had had a good record producer she could have had a better legacy. You may notice that her last album (for Rio label Musidisc) was her best... because it was produced by her Carlos Becker her future husband. Thanks for the visit.

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