Thursday 28 June 2012

Session musicians

B O N E C A    -    L U I Z    D E    A N D R A D E
 
O responsável por essa gravação é um moço bom e pacato, de uma faculdade inventiva impressionante, e que pode ser considerado o maior instrumentista brasileiro de todos os tempos. Trata-se de Luiz de Andrade, conhecido nos meios musicais simplesmente como BONECA. Nada menos que 13 instrumentos executou Boneca para a feitura deste compacto-duplo: tonete, vulgarmente conhecido como ocarina, cavaquinho, violão, flauta, alaúde, fonoplás - instrumento inventado por Boneca, e de som gaiato - charango, bandolim, xilofone, clarinete, contra-baixo, oboé e guiro-sapo - outro instrumento inventado por Boneca. Isso sem contar copos, garrafas e outros utensílios, pois tudo, para Boneca, vale como instrumento musical.

Direção artística de Diogo Mulero, mais conhecido como Palmeira, da dupla Palmeira & Biá; para download das musicas de Boneca: 

Luiz Andrade - Boneca - EP 1965.zip - https://docs.google.com/file/d/13nPAJ0FsTUqLB9kNPfpN-UDO3c8d0i4MBGwzmHgT304-by5w5L_AMolvL9Xg/edit
A Continental, como outras gravadoras, as vêzes, usava seu arquivo de capas de discos para fazer novas. Aí vai a capa, supostamente original do disco do Boneca, que tinha saído alguns anos antes pela Continental.
Luiz de Andrade aka Boneca in a photo in 'Melodias', 1963. 
Esse LP do baixista Luiz Chaves, lançado pela RGE em 1963, é na verdade, um protótipo do que seria o Zimbo Trio a partir de 1964, já que 'Projeção' tem participação de Rubens Barsotti, futuro baterista do Zimbo, além de Hamilton Godoy ao piano.

Luiz de Andrade, o Boneca, comparece na guitarra, Demétrio, flauta, Hector Costita, sax-alto, Magno D'Alcântara, trompete e Carlos Alberto D'Alcântara, sax tenor.

1 - Berimbau (Baden Powell/Vinicius de Moraes)
2 - Pra Que Chorar (Baden Powell/Vinicius de Moraes)
3 - Dan Chá Chá Chá (Roberto Menescal/Ronaldo Bôscoli
4 - Tim Dom Dom (João Mello/Codó)
5 - Miss Balanço (Helton Menezes/Ed Lincoln)
6 - Tormenta (Luiz Chaves)

1 - Influência do Jazz (Carlos Lyra)
2 - Nós e o Mar (Roberto Menescal/Ronaldo Bôscoli)
3 - O Samblues (César Camargo Mariano)
4 - Heloisa (Luiz Chaves)
5 - Estamos Aí (Durval Ferreira/Mauricio Einhorn)
6 - Telefone (Roberto Menescal/Ronaldo Bóscoli)

RGE para a Juventude 1960 - 1965

RGE - Radio Gravações Elétricas - was initially a recording studio that supplied radio stations with jingles and commercial recordings. José Scatena, its director used to travel to the USA oftentimes to buy state-of-art equipament for his company. Record buying was in the ascendancy in the mid-fifties so Scatena thought it might be a good idea to turn RGE into a proper record label. 

'Convite para ouvir Maysa', a 10" long-play, was RGE's first release in 1956. By 1958, RGE had become a big label releasing 78 rpms or 33 rpms of orchestras (Enrico Simonetti, Pocho), combos (pianist Robledo's group) and singers (Agostinho dos Santos, Roberto Luna) competing with multinationals like RCA, Columbia, EMI's Odeon or Brazilian labels like Copacabana and Continental. 

Rock'n'roll had made its inroads in Brazil circa 1957. In 1959, Celly Campello's 'Estúpido cupido' (Neil Sedaka's 'Stupid cupid') went to the top of the charts heralding a new age for the very young: they mattered now! Kids bought records! 

José Scatena knew he had to cater for this new market so his search for new talents of the rock persuasion started for good. Here's a little story of how RGE branched into Brazilian rock'n'roll. 

1 9 6 0 

Em 1960, Celia Vilela foi convidada pela RGE, para entrar no lucrativo mercado de gravações para a 'juventude' - leia-se rock'n'roll - dominado por Celly Campello da Odeon, Carlos Gonzada da RCA Victor e Sergio Murilo da Columbia. Não se sabe as razões pela qual Vilela nunca conseguiu emplacar em discos, quando ela era bem conhecida no Rio, onde teve programa de radio, colunas em 'Cinelândia' e 'Filmelândia', além de ser amiga de Jeanette Adib, diretora da 'Revista do Rock'.
1 9 6 1

Em 1961, a RGE reforçou seu 'cast' juvenil, juntando em um compacto-duplo os instrumentalistas de The Avalons e o cantor Galli Junior, 'exilados' da gravadora independente Young, que encerrou suas atividades na metade de 1960.

A contra-capa do EP 'Juventude, Juventude, Juventude' conta uma história toda fantasiada dessa nova formação dos Avalons. Não há nada de verdade aí, a não ser o fato de Dudú e Paulo Hermínio serem irmãos. The Avalons já existia desde os tempos da gravadora Young e José Gagliardi Junior, o Galli Jr. era crooner dos Rebels.

Eram três... Francisco Eduardo de Souza Pereira [mais conhecido como Dudú], Paulo Hermínio de Souza Pereira, irmão do Dudú, e Daniel Grizanti. Os 2 irmãos Souza Pereira, exímios tocadôres de guitarra e bateria, conheceram Grizanti - contrabaixista de grandes recursos técnicos - numa festinha e após um incendiado diálogo musical, decidiram formar um trio e decidiram pela denominação 'Avalons'.

Tornaram-se quatro... José Gagliardi Junior, outro jovem estudante que aderiu aos rítmos de Tio Sam, conheceu The Avalons num espetáculo e apresentou-se como 'cantor amador'...

A face A desse extended-play é formada por 2 números instrumentais, portanto dela só participam os instrumentistas, menos o Galli Junior. 'The eyes of Texas are upon you' é um velho tema texano divulgado pelo filme 'Giant' [Assim caminha a humanidade], que recebeu excelente tratamento por parte do conjunto. A faixa 'Numero 13' é composição de Dudú - chefe técnico e artístico dos Avalons - e revive o jazz tradicional através de tempos lentos e melódicos.

Na face B, Galli Jr. apresenta-se como vocalista e autor de 'Because I love you', uma balada-calypso de cativantes colorações rítmicas, e 'Tell me, darling', um rock no bom estilo.
1 9 6 2

Em 1962, a RGE lança o LP 'Da Juventude para a Juventude', aproveitando Nick Savoia e Antonio Claudio (mudou seu nome para Danny Dallas), dois 'orfãos' da defunta Young mais George Freedman que vinha da gravadora California. 
Extended-play 'Em tempo de Rock' de Danny Dallas, pseudônimo de Antonio Claudio, egresso da gravadora Young.

1.  Noite para amar [Tonight, my love, tonight] de Paul Anka; versão de Fred Jorge
2.  Just walking in the sand [Danny Dallas-Vercos]

1.  No mundo da lua [Cecílio Leal]
2.  Mary Lou [Danny Dallas-Vercos]

O texto da contra-capa do EP de Danny Dallas é só fantasia. O departamento criativo da RGE era de uma imaginação sem limite:

Lançado através de um 78rpm - Danny Dallas deixou de ser um obscuro cantor incógnito, para ganhar um lugar ao sol no campo da canção popular. Paulista de nascimento, estudante de Direito e com vocação artística extranatural, resolveu-se plea musica americana, aproveitando seus profundos conhecimentos de inglês, e dela fez seu estandarte de carreira. Não, não é um snob ou mau brasileiro! Tivesse nascido nos Estados Unidos e seria hoje um dos ídolos da juventude! Tendo nascido no Brasil, poderia ensinar a muito 'cobra' estadunidense como cantar a sua música!



George Freedman
George Freedman com fãs e Bobby de Carlo na Radio Nacional paulista em 20 Janeiro 1962.
José Scatena, dono da RGE, contrata George Freedman em 8 Fevereiro 1962.
Da esquerda p'ra direita: fã, o cantor Fernando José, fã, George Freedman depois de assinar contrato com a RGE, seu empresário Antonio Aguillar, o maestro uruguayo Pocho e compositor Benil Santos. 
Em 1962, aproveitando o sucesso de Bobby Darin com 'Multiplication', da trilha-sonora de 'Quando Setembro vier' (Come September), a RGE lançou esse album com George Freedman.
Pessoal da RGE em 1962. O maior cartaz era Miltinho, que vendia centenas de milhares de discos. A pessoa que colocou nome nas fotos não tinha muita noção: Elza Laranjeira, na verdade, não está nessa foto; seu sobrenome tampouco é plural, mas singular. 
1 9 6 3

Em 1963, a RGE, ainda não sabendo bem o que fazer, lança esse LP instrumental de The Bells, tentando aproveitar o sucesso dos Jet Blacks, da Chantecler, que levaram 'Apache' ao 1o. lugar das paradas, The Clevers, da Continental e The Jordans, da Copacabana. O esquema era copiar as faixas de conjuntos instrumentais como The Shadows e The Ventures. Um disco totalmente instrumental com rocks e twists, que hoje são mais conhecidos como 'surf music' dos anos 60.

1 9 6 4

LP 'Twist, Hully-Gully e Cleide Alves' - 1964 - acompanhada por Renato & seus Blue Caps. 

Finalmente em 1964, a RGE se convence que, realmente precisa de um 'setor de juventude' e vai ao Rio de Janeiro, novamente, para a construção de seu cast. Contrata Cleide Alves, que gravava pela Copacabana, mas estava meio esquecida - e entra de sola - tardiamente -  na onda do twist e do hully-gully.

'O terror dos namorados' - Erasmo Carlos grava na RGE em Abril de 1964.

Mas o grande trunfo da RGE é a contratação do cantor Erasmo Carlos, que era muito bem relacionado nos meios de 'rock'n'roll' no Rio de Janeiro, sendo parceiro de Roberto Carlos e ex-participante de conjuntos como The Snakes e Renato & seus Blue Caps.

P R I N I     L O R E Z

Mas o grande trunfo da RGE em 1964 foi um golpe baixo. José Scatena, aproveitando que Trini Lopez ainda não tinha sido lançado no Brasil, embora estivesse no topo das paradas dos USA e Europa, mais que depressa, ajuntou Galli Junior, que cantava todas as noites na boite Lancaster, acompanhado pelos Jet Blacks, o melhor conjunto instrumental do país - os colocou no estúdio, gravou 12 músicas que Trini Lopez cantava, mudou o nome de Galli Junior para Prini Lorez e vendeu centenas de milhares de compactos-simples e LPs.  

 'America' foi o 1o. single do LP de Prini Lorez... e ficou entre os 5 mais vendidos da Parada.
Mal terminou o sucesso de 'America' a RGE lançou 'La Bamba' com Prini Lorez que foi direto p'ro 1o. lugar.
RGE lança Erasmo Carlos com 'Minha fama de mau' em Setembro de 1964. 
The Beverlys, os ultimos 'exilados' da antiga Young, finalmente gravam em português: 'Anjinho da gang' - 1964.  Acoplado com 'La cucaracha' ainda tentando aproveitar o sucesso de 'La bamba', gravado pelo seu colega Galli Junior (Prini Lorez).

1 9 6 5 

Prini's extended-play (compacto-duplo) recorded in 1965 with background vocals by The Beverlys.
The Bells em 1965, ainda tentando achar seu lugar ao sol, com musicas jovem-guarda e italiana. No caso de uma não pegar, quem sabe a outra 'aconteceria'? O maior sucesso dos Bells foi 'Macaca Foo'.

LP de The Bells em 1966.
from left to right: Nilo, Carlos, Ary, Tergole, Orlando Alvarado (in back) & Di Sousa.

Monday 11 June 2012

GATO aka José Provetti & the JET BLACKS

Gato (Cat) was José Provetti's nick name and that's how he was known throughout his adult life. Gato was simply the best rock'n'roll guitar player in Brazil. We don't know much about his early life. He was born on 7 January 1941 in Valparaíso-SP a small town near Guararapes, Andradina and Araçatuba. His parents were poor and worked as farmers. 

In 1948, when Zézinho was 7 years old his family moved to São Paulo. In 1951, when he was 10 years old, Zé joined Zé Cascudo as part of a country music duo. Duos are Brazilian country music's staple. One plays acoustic guitar and the other plays 'viola', a five-string guitar. One sings the melody and the other sings the harmony. Two-part harmony is the soul of Brazilian regional music. Zé Provetti & Zé Cascudo must have been one more duo amongst hundreds. Soon, though Zé had classical guitar lessons with Salvador Viola at Largo Paissandú in the heart of the city.  

We don't know much about Gato's conversion to rock but it is not hard to imagine he must have fallen in love with some early rock guitar player. In 1959, when Gato was 18 years old, he had already become a guitar virtuoso and headed The Jester Tigers, a rock combo who backed Antonio Claudio and some of the acts signed up at independent label Young Records

Gato also recorded a single for Young: 'Kissin' time' backed with 'What'd I say?'. He not only played guitar but also sang in English... and his English was not bad at all. His rendition of 'Kissin' time' is superb! His 'What'd I say?' is not bad either.

In March 1960, before the label folded Gato left the Jester Tigers to pursue a solo career.

In 1962, he formed The Jet Blacks, a seminal rock band that would be imitated & copied by sundry and all. The Jet Blacks started a new trend playing rock'n'roll live - that now went by the funny name of 'twist' - at Saloon, a night-club on Rua Augusta, and later on at Lancaster on the same street.

Soon, they recorded 'Stick shift', a 78 rpm for Chantecler. In September 1962, Chantecler released 'Apache' which went to #1 in the charts and changed the way instrumental rock was perceived. 

The Jet Blacks released two albums in a row and by 1964, there was a flood of imitators all around the country. Brazilian rock'n'roll had come of age. 

Antonio Aguillar MCs and  Gato hands George Freedman a trophy. 
Sonia Andrade the President of the Ronnie Cord Fan Club pins a medal on Gato for his good services for the development of rock'n'roll while Antonio Aguillar & George Freedman look on. 
Bobby de Carlo performs at Antonio Aguillar's radio show 'Ritmos para a juventude' circa 1962, having an eager fan by his side. In the back: Valentino Guzzo, Gato, Jose Paulo, Jurandir at the drums. 

The Jet Blacks play at a Radio Piratininga live-show called 'Clubinho da Juventude' that went on air every Friday evening straight from the auditorium of Instituto de Arquitetos on Rua Bento Freitas in S.Paulo. From left to right: programme producer Fernando Zarakauskas, MC Luiz Alberto, Zé Paulo, Sergio Canhoto, unidentified player, Gato & Jurandir on drums.

Nesta foto, do acervo de Serginho Canhoto, estão Zé Paulo, ele, Serginho Canhoto, Gato e Jurandir na bateria. 

Eu, Fernando Zara, estou à esquerda, e era produtor deste programa ao vivo da Radio Piratininga, levado ao ar às 6as.feiras no auditório do Instituto de Arquitetos na Rua Bento Freitas, subsolo, Ao meu lado está o Luiz Alberto como apresentador do programa intitulado 'Clubinho da Juventude', que tinha seu similar na TV Excelsior, Canal 9, às quintas-feiras às 17:00. Fernando Zarakauskas. 

'Revista do Radio' writes a very inaccurate report about The Jet Blacks on 20 April 1963
pequena biografia do Gato na revista 'São Paulo na TV', 1966.
'São Paulo na TV'.
Gato was born in Valparaiso-SP in 1941. 
Gato em compacto-solo pela RCA Victor.

José Provetti nasceu em Valparaíso-SP em 7 Janeiro 1941. Filho de Ricardo Provetti e Antonia Buonvonatti, lavradores. Em 1948, a familia Provetti mudou-se para a São Paulo. Em 1951, formou dupla caipira com Zé Cascudo, esse tocando violão e Gato tocando viola. Estudou violão clássico com o prof. Salvador Viola no Largo do Paissandú. 

Em 1959, fez parte da turma da gravadora Young, sendo líder dos Jester Tigers, acompanhando a maioria dos cantores. Gravou 2 discos solos pela Young; um cantando 'Kissin' time' e 'What'd I say' e no outro solando sua guitarra em 'Paris Belfort' e 'Parada da Juventude'.

Em 1961 se tornou DJ na Radio Piratininga e Radio Santo Amaro. Na Piratininga José Provetti apresentava os programas 'Diz que não conhece' e 'A bolsa do disco'; com o sucesso absoluto dos Jet Blacks, Gato abandonou suas atividades de disc-jockey. 

Começou a participar ativamente do programa 'Rítmos da Juventude' de Antonio Aguillar pela Radio Nacional de São Paulo todos sábados das 15:00 as 17:00 horas, onde se apresentava como guitarrista e tocava com quem aparecesse. Foi convidado pelo baterista Jurandy Trindade para assumir a lead guitar dos Vampires, que logo depois mudaria o nome para The Jet Blacks

Miguel Vaccaro Netto conseguiu a gravação de um 78 rpm dos Jet Blacks na Chantecler. Gravaram 'Apache' em Outubro de 1962, que estourou nas paradas, começando assim uma nova tendência dentro do rock nacional.
Em Janeiro 1963 a Chantecler lançou 'TWIST', o 1o. LP dos Jet Blacks, que foi p'ro 1o. lugar imediatamente. Em Junho de 1963 a Chantecler lançava 'Twist Again', o 2o. LP do conjunto. Sucesso absoluto, que abriu caminho para The Jordans, The Clevers e  todos os outros conjuntos instrumentais que 'hibernavam' até então. 
The Jet Blacks in their hey-day at Lancaster night-club on Rua Augusta. 
Gato, Sergio Canhoto, Zé Paulo & Jurandir play at 'Hugo Santana Show' aka 'Show do Meio-Dia' on TV Excelsior in 1965.
Sergio Canhoto, Zé Paulo, Jurandyr & Gato. 
Jurandyr, Sergio Canhoto (rhythm), Bobby de Carlo (lead guitar) & Zé Paulo. 
The Jet Blacks circa 1966, época que adotaram o modelo de terno sem-gola popularizado pelos Beatles em 1964. Foi a época de 'Chapeuzinho vermelho', em que Gato cantava, além de tocar sua guitarra.

Gato tocou na banda até sair em 1966, sendo substituido pelo não menos competente Emilio Russo (ex-The Lions).

Gato foi instrumental na formação do RC-3 e depois RC-7 que acompanharam Roberto Carlos durante todo o período Jovem Guarda e até bem depois.

Gato, finalmente, morreu em 31 Janeiro 1996, vitimado por sequelas de um derrame cerebral, e foi sepultado no Cemitério do Cajú no Rio de Janeiro.
Prini Lorez canta no programa Jovem Guarda, edição carioca, no palco da TV Rio, Canal 13, acompanhado pelos Jet Blacks, tendo Roberto Carlos alí 'torcendo' pelo conjunto.
Mesmo sábado, Os Incríveis [ex-Clevers], ainda tendo Neno no baixo, tocam no Jovem Guarda carioca.
No palco do teatro da TV Rio, Canal 13, programa 'Jovem Guarda' da esq. à direita: Roberto Livi, Nenê (dos Beatniks), Silvio Cesar, Prini Lorez, Gato, Bogô, Ronnie Cord, Tony Campello, Erasmo Carlos, N.I., R.C., Zé Paulo, Sergio Canhoto (The Jet Blacks), Meire Pavão. Atrás: Nino, baterista dos Beatniks, Netinho, Manito, Neno, Mingo e Risonho dos Clevers.
'Melodias' magazine.
The Jet Blacks at Chantecler: Jurandir at the drums, Mestiço at the saxophone, Zé Paulo, Gato and Orestes. 
Joe Primo, Carlão & Jurandir tocam no programa de Antonio Aguillar em 1963. Joe, Carlão e Jurandir tinham sido The Vampires que depois, com a entrada do Gato, se transformou em The Jet Blacks.
The Jet Blacks on the cover of '7 Dias na TV', 31st January 1966, when TV show 'Jovem Guarda' was at its peak. Below is a text written by Sergio Canhoto, the fellow not smiling at the cover... he writes to Lucinha Zanetti, a Brazilian rock historian. 

Lucinha Zanetti, como havia dito no principio da nossa amizade, quando o Nilão de The Bells me apresentou  JuraZé Paulo numa noite que havia voltado de Botafogo (Rio) - The Jet Blacks  estavam queimados com os fornecedores de equipamentos,  entao ao me apresentarem como o novo guitarrista p'ro Braz (diretor da gravadora) na Chantecler, ficou combinado que eu seria o novo 'relações publica" do conjunto. 

Eu fui duro com todos eles, porque eles só falavam mal dos Clevers-Incriveis, e eu os defendia. No 2o semestre de 1965, a firma Magaldi & Maia bancou o programa de TV 'Jovem Guarda', eu ja estava morando no apartamento de Edi Silva, secretária do Roberto Carlos. Com essa boa 'connection', eu tive o prazer de estar com os melhores fotógrafos e ilustradores da época, e quando a revista '7 dias na TV' no início de 1966 quis fazer uma reportagem sobre o conjunto, eu sugeri (e eles aceitaram a minha ideia) de que Gato, Zé Paulo e Jurandir posassem rindo, e  eu com cara de sério como 'quem não está gostando' dessa brincadeira!  Foi um sucesso! (aqui esta a prova).

Porém, Gato, Zé Paulo e Jurandir não aceitavam esse dom que eu tinha; eu só queria ajudar o conjunto. Por isso, me mandei! E o resto... (perguntem ao Primo Moreschi) é o resto...
The Jet Blacks in 1964 were: Jurandyr at drums, Sergio Vigilato (rhythm-guitar), Bobby de Carlo (lead guitar) & Zé Paulo.  
Sergio Vigilato aka Canhoto with Salvatore Flori, his wife Maria & rocker daughter Enza Flori with Jarandyr in Belo Horizonte-MG in early 1965. The Jet Blacks backed Enza Flori in her first single for Chantecler: 'Occhi miei' b/w 'Vola vola da me' in 1965.
Sergio  aka Sergio Canhoto doing his best James Dean pose...
Gato (Cat) feeding stray cats at Praça Ramos de Azevedo in São Paulo in 1967. 
'O pulo do Gato' LP lançado em 1967 pela RCA Camden.

1 - See you in September  (S. Wayne-S. Edwards)
2 - Guantanamera  (Jose Marti, adaptação Consuelo Valdez)
3 - Black is black (M. Grainger-S. Wadey-T. Hayes)
4 - Gatinha manhosa (Erasmo Carlos-Roberto Carlos)
5 - Bus stop  (Graham Nash-Gouldman)
6 - Sunny (B. Hebb)

1 - Love me, please love me  (Michel Polnareff-F. Gérald)
2 - Namoradinha de um amigo meu (Roberto Carlos)
3 - Quando dico che ti amo  (Testa-Tony Renis)
4 - Winchester Cathedral  (Geoff Stephens)
5 - Piangi con me (Mogol-Shapiro)
6 - As tears go by (M. Jagger-K. Richard-A.Oldham)


We'd like to thank blogger Lucinha Zanetti for many of the photos herewith. Here's Lucinha's page: https://luciazanetti.wordpress.com/ 


Around March 1966 Gato up and left The Jet Blacks who were then Alemão, Zé Paulo & Jurandir. The article at Intervalo says Gato was close to a nervous breakdown due to too many engaments as a musician and couldn't cope with it anymore. The guys understood Gato's predicament and went on the look out for a replacement. The boys went on a raid through most night-clubs in Sao Paulo and finally found lead-guitarrist Emilio playing with The Lions and popped the question to him. Emilio is an excellent guitarrist and a good looking one to boot. As of 19 March 1966, Emilio became the official lead-guitarrist with The Jet Blacks having been introduced by Roberto Carlos at 'Jovem Guarda' on the Sunday 20 March 1966 as the newest member of the band. Emilio was 21 years old (born in 1945) and 1.80 metres tall. Gato would then go into a detox joint and soon join Roberto Carlos's band.
18 November 1962 - an ad at Estado de S.Paulo's Mary-go-round column says Saloon, at rua Augusta, 2203 would open its doors on 30 November 1962. The Jet Blacks would be in house-band since its inauguration and would make rock history as the hottest band in town for the longest time. 
30 November 1962 - Mary Wynne dedicates her whole column at Estadão for the opening night of Saloon - the newest night club in Sao Paulo. 
30 November 1962 -  Juão Sebastião Bar at rua Major Sertório, 772 would close on Friday night because everyone went to the opening of Saloon its 'baby-brother' basement night-club on rua Augusta, 2203. This sort of place was usually called 'inferninho' (little hell) by the 'younger set'. The ad says: 'um subsolo anti-atômico para sua guerra fria' (a fall-out shelter for your Cold War)...
28 April 1963 - Mary Wynne mentions Saloon where The Jet Blacks were still a fixture since November 1962... 5 months of uninterrupted success.